quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

P. 60 Duque de Caxias que passou


 Duque de Caxias que passou

Antes da onda dos bailes funks que mobilizam milhares de jovens pela cidade ou das tribos alternativas que tem no bar do Zeca, no Tomarock ou na Lira de Ouro seus espaços preferidos, existiram clubes que arrastavam multidões para seus salões e quadras.

Na década de 40 e 50 os bailes da cidade com suas orquestras e "big bands" faziam aqueles com mais recursos se mexerem no Clube Aliança, que desde 1945 localizado na "Praça do Relógio" descaracterizada pelo atual prefeito; no Clube dos Quinhentos, que tinha a proposta  de ter este número de sócios; e o "Aristocrático da Colina", nome pomposo e elitista do Recreativo caxiense. Desta época também são os clubes da periferia frequentado, por aqueles que tinham menos recursos; "Gramachão", o Belem, o Itapemerim e outros.

Já no final da década de 70 e na de 80 os jovens se dividiam em "Blacks" e "Cocotas" e se diferenciavam pelos ritmos musicais e estilo de roupa. Das pantalonas às calças com as cuecas à mostra. Dos cabelos ouriçados aos cheios de pasta ou com topete "à la John Travolta". Os mais ousados copiavam o estilo "Michael Jackson". Nesta década, o CAP de Caxias com a "Tropicalia" iniciava seus bailes ao som de Barry White. O clube dos 500, com a "Music House" animava o povo da 25. O Center Clube, que hoje abriga um dos templos da Igreja Universal, juntava as duas tribos e "Paulinho Apocalypse" agitava o Recreativo Caxiense e o alto da colina. Os que tinham mais recursos frequentavam o sofisticado "Justinu's Discoteque", com salão moderninho e frequentado por jogadores e artistas que vinham do Rio para prestigiar seus bailes. O "Farolito", próximo ao viaduto do Centenário, apesar de bacaninha, teve vida curta. No Pilar ainda existia o Sport Pam, em Imbariê tinha o CRAI e em Saracuruna o Rosário, citado na biografia do Tim Maia escrita por Nelson Motta.

Todos os bailes tinham um ponto em comum que hoje está totalmente esquecido: á meia-noite em ponto o som balançante parava e se iniciava a "musica lenta" que proporcionava uma aproximação maior entre os casais e um roça-roça no escurinho. Ou, quem sabe, amassos mais intensos nos paredões do clube.

Nestes espaços ocorriam eventos memoráveis: os tradicionais bailes de carnaval, os festivais de chopp, o encontro de equipes e as apresentações de grandes nomes das música: Roberto Carlos, Tim Maia, Bebeto, Black Rio, The Fevers, Os Labaredas, Renato e seus Blue Caps, Marcos Sabino, Biafra, Marcos Valle. Neles também fortaleceu-se o movimento Rock Brasil com as apresentações de Lobão, Lulu Santos, Blitz, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e outros.

Durante minha pesquisa a tristeza bateu ao verificar que os clubes que ainda estão em atividades não preservam sua história, principalmente a fotográfica. O que eles foram e representam no passado merecia uma grande exposição que revitalizasse a memória da cidade e fortalecesse a identidade local.

         Texto (2012) Alexandre Marques/https://lurdinha.org/



domingo, 4 de dezembro de 2022

P. 59 Holanda e Países Baixos


 Holanda e Países Baixos

Não, países baixos e a Holanda não são a mesma coisa.

Os Países Baixos é um país composto de 12 províncias, enquanto a Holanda são 2 províncias do país.

Amsterdã é a maior cidade da Holanda do Norte, enquanto Roterdã é a maior cidade da Holanda do Sul, embora suas respectivas capitais sejam Harlem e Haia.

Aqui nos posts do Geo, sempre enfatizamos essa diferença geográfica, mas para muitos ela não é muito clara.

O nome "Países Baixos" é devido a boa parte do país estar abaixo do nível do mar.

Em inglês chama-se "Netherlands" que vem do prefixo "Nether" que significa "Baixo" em neerlandês e "Lands" significa região.

Em inglês, os moradores dos Países Baixos chamam-se de Dutch, uma palavra vinda do inglês antigo que significa "habitante".

Era antes utilizada para referir-se tanto aos Neerlandeses quanto aos Alemães.

Em alemão, a palavra foi mantida, sendo por isso hoje a Alemanha chamada de "Deutshland" em alemão.

Portanto, referir-se a Holanda como Países Baixos, seria como referir-se a Inglaterra como Grã-Bretanha, ou até mesmo, Minas Gerais como Brasil.

Em todo caso, neerlandeses estão acostumados com essa confusão.

Recentemente, o governo iniciou uma campanha de diferenciação geográfica pois outras províncias acabam ofuscadas pela Holanda.

Essa confusão é antiga: entre 1881 e 1795, a região chamava-se República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, funcionando como Cidade-estado com maior autonomia.

Amsterdã junto à Roterdã, tornaram-se os principais centros financeiros e econômicos dos Países Baixos, com os portos mais importantes para o Mar Báltico e para o Norte da Europa.

O Império Colonial Neerlandês expandiu-se para todas as regiões do mundo: América do Sul, do Norte, África e Ásia.

Quando questionados pelos nativos de onde vinham, marinheiros neerlandeses normalmente respondiam "Holanda do Norte" ou "Holanda do Sul", cunhando a ideia de que a Holanda era uma nação só, dividida entre Sul e Norte.

Apenas em 1815, o país de fato tornou-se o Reino Unido dos Países Baixos.

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