Tecnologias e orientação natural
"Para especialista, nossas capacidade natural de navegação pode se deteriorar se nós não a utilizarmos."
"Uso de GPS prejudica a orientação espacial."
Ferramentas de orientação espacial como GPS já ganharam status de essenciais para circular em grandes cidades. Mas a dependência maior desse tipo de tecnologia pode estar atrofiando a capacidade das pessoas de se orientar por conta própria.
É o que defende Roger Mckinlay, consultor de comunicação e navegação em artigo publicado na revista "NATURE". "Se nós não as valorizarmos, nossas habilidades de navegação naturais irão se deteriorar conforme confiamos cada vez mais em equipamentos móveis, ele diz.
Mckinlay trabalha há três décadas desenvolvendo tecnologias de navegação por satélite. Para ele, confiar cegamente no GPS pode fazer com que todos nos tornemos turistas em nossas próprias cidades.
No Rio de Janeiro, pessoas já tiveram seus carros alvejados ao, desavisados, entrarem em favelas por orientação do GPS. Em 2015 foram pelo menos três casos: com uma idosa, que foi assassinada, com um casal e com a atriz Fabiana Carla.
Qual é o problema do GPS segundo o especialista
A memória espacial requer prática
Técnicas de memorização que incluem associações com espaços físicos são eficazes porque a memória espacial humana é excelente. O cérebro humano se adapta a novas rotas, e pessoas que tem caminhos memorizados, como taxistas, têm um aumento no hipocampo cerebral.
Mas orientações de localização telefônicas confundem nossas habilidades naturais de navegação. "Nossos cérebros precisam decidir se aceitarão as novas informações e rearranjarão nossos mapas internos ou as rejeitarão", diz o especialista.
A tecnologia pode ser sabotada
Os GPS podem ter uma boa precisão, de cerca de três metros, para determinar uma localização, mas uma intervenção simples pode acabar com a eficácia dos sistemas.
E 2009, engenheiros que testavam um sistema baseado em GPS no aeroporto de Newark, no Estado de Nona Jersey, sofreram com a intervenção do sinal quando um caminhão carregando um bloqueador passou em frente ao local. O motorista não queria que seu chefe pudesse descobrir onde ele estava.
Ladrões usam o mesmo tipo de mecanismo ao roubarem carros de luxo. "Todos os sensores têm o seu equivalente à neblina. Bússolas podem ser confundidas por rochas magnéticas. Uma solução robusta poderia envolver uma combinação de muitos sensores", escreve o autor.
GPS são limitados
O alcance de tecnologias de localização é limitado. Especialmente em lugares fechados, ela ainda é falha. Quando o seu telefone diz que você está dentro de um shopping, ele o faz com base nas redes de WIFI, e não com base na localização por satélite, que é facilmente interrompida. Esses espaços fechados são, com frequência, mais complexos do que do lado de fora.
A tecnologia deve aprender com os humanos. E nos, na escola
Os desafios devem crescer nos próximos anos. Hoje praticamente todos os smartphones têm algum tipo de aplicativo de localização, como Google Maps e Waze. Até 2020, 80% da população mundial será dona de um smartphone.
Ao mesmo tempo, o espaço tem ganhado vários novos satélites. Até o fim da década, 30 satélites integrando o GALILEO, o sistema europeu de navegação, complementarão o GPS americano e a rede GLONASS russa. A China acaba de lançar seu 21º satélite, integrando o sistema BeiDou. Carros autômatos aumentarão o nível de desfio de localização.
Para Mckinlay, os governos devem investir em pesquisa e em infraestrutura para aprimorar a navegação e a maneira como as pessoas usam a tecnologia na prática. E a ciência deve aprender com o comportamento humano. "Engenheiros precisam usar modelos quantitativos sobre como as pessoas navegam e dirigem e incorporar esses achados da neurociência", sugere o pesquisador.
Isso tudo não eliminaria, no entanto, o conhecimento básico: para o pesquisador, as escolas deveriam ensinar habilidades de orientação e leitura de mapas para as crianças. "Senso de direção, senso de escala e um mapa são essenciais. E conhecimento sobre para onde você quer ir também ajuda", escreveu.
Roger Mckinlay - www.nexojornal.com.br - geografando
sexta-feira, 19 de abril de 2019
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
P.47 Síndrome de Asperger
SÍNDROME de ASPERGER (autismo brando) - T.E.A. (Transtorno do Espectro Autista) - T.G.D. (Transtorno Global de Desenvolvimento).
Crianças com dificuldade de socialização, linguagem rebuscada para a idade e interesse intenso e limitado apenas por um ou poucos assuntos, podem ser portadoras de síndrome de asperger, transtorno do desenvolvimento que afeta principalmente indivíduos do sexo masculino e cujas causas ainda são desconhecidas. Porém, como se trata de um distúrbio congênito, há estudos em andamento que procuram estabelecer a relação com alguma desordem genética.
A partir de 2013 a síndrome de Asperger deixou de ter essa denominação e passou a ser classificada como uma forma branda de autismo. Diferentemente do autismo clássico, porém, quem tem Asperger não apresenta comprometimento intelectual e retardo cognitivo. Por isso, os primeiros sinais e sintomas do distúrbio costumam ser ignorados pelos pais, que os atribuem a características da personalidade da criança. Com frequência, a desconfiança aparece apenas no início da vida escolar, quando a dificuldade de se relacionar com os colegas e a falta de interesse por tudo o que não esteja ligado ao seu foco de interesse por tudo o que não esteja ligado ao seu foco de hiper atenção manifestam-se mais intensamente.
Usualmente os primeiros relatos sobre o problema são feitos ao pediatra, que poderá encaminhar a criança aos médicos especialistas para uma avaliação mais profunda e detalhada. Não há exames laboratoriais ou de imagem destinados à confirmação do diagnóstico e atualmente o principal instrumento para essa finalidade são os testes aplicados por neuropsicólogos, que por meio de tarefas propostas à criança observam e avaliam aspectos cognitivos como memória, atenção e habilidades sociais.
O tratamento é multidisciplinar e baseia-se em desenvolver habilidades e recursos para minimizar as manifestações características, em especial a dificuldade no convívio social. As terapias são feitas a longo prazo, já que se trata de um distúrbio crônico. Medicamentos são utilizados apenas para tratar sintomas decorrentes dessas manifestações, como ansiedade, depressão e extrema irritabilidade.
Intervenções gerais no tratamento: passa por uma educação adequada e normal na medida do possível, com verificação e acompanhamento na escola.
Não interromper o hiper foco: um erro comum, acabar por aumentar seu deficit de atenção a outros assuntos que não relacionado ao seu foco de interesse, dificultando aprendizados importantes.
Incentivar interesses particulares: pais e professores em constante comunicação para os melhores caminhos. Respeitar seu próprio ritmo de aprendizado. Responsáveis podem fazer uso de seus interesses particulares para introduzir novas áreas de conhecimento e prática de atividades esportivas.
Quem tem a síndrome de asperger e chega à vida adulta sem diagnóstico ou tratamento adequados pode enfrentar sérios problemas de relacionamento na vida pessoal, escolar e profissional. além disso, trata-se de um risco para o desenvolvimento de outros distúrbios, como transtorno bipolar. Quanto mais precoces e precisos forem o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as chances de a criança com Asperger desenvolver-se de forma mais saudável, com um comportamento mais sociável, flexível e independente.
"É importante ter em mente que não devemos rotular ninguém, nem limitar o aprendizado das crianças. Precisamos desenvolver ao máximo o potencial de cada uma, para que ela tenha autonomia e independência e possa atuar na área que desejar."
Revista VEJA - fevereiro de 2013 - site: www.eistein.br
Crianças com dificuldade de socialização, linguagem rebuscada para a idade e interesse intenso e limitado apenas por um ou poucos assuntos, podem ser portadoras de síndrome de asperger, transtorno do desenvolvimento que afeta principalmente indivíduos do sexo masculino e cujas causas ainda são desconhecidas. Porém, como se trata de um distúrbio congênito, há estudos em andamento que procuram estabelecer a relação com alguma desordem genética.
A partir de 2013 a síndrome de Asperger deixou de ter essa denominação e passou a ser classificada como uma forma branda de autismo. Diferentemente do autismo clássico, porém, quem tem Asperger não apresenta comprometimento intelectual e retardo cognitivo. Por isso, os primeiros sinais e sintomas do distúrbio costumam ser ignorados pelos pais, que os atribuem a características da personalidade da criança. Com frequência, a desconfiança aparece apenas no início da vida escolar, quando a dificuldade de se relacionar com os colegas e a falta de interesse por tudo o que não esteja ligado ao seu foco de interesse por tudo o que não esteja ligado ao seu foco de hiper atenção manifestam-se mais intensamente.
Usualmente os primeiros relatos sobre o problema são feitos ao pediatra, que poderá encaminhar a criança aos médicos especialistas para uma avaliação mais profunda e detalhada. Não há exames laboratoriais ou de imagem destinados à confirmação do diagnóstico e atualmente o principal instrumento para essa finalidade são os testes aplicados por neuropsicólogos, que por meio de tarefas propostas à criança observam e avaliam aspectos cognitivos como memória, atenção e habilidades sociais.
O tratamento é multidisciplinar e baseia-se em desenvolver habilidades e recursos para minimizar as manifestações características, em especial a dificuldade no convívio social. As terapias são feitas a longo prazo, já que se trata de um distúrbio crônico. Medicamentos são utilizados apenas para tratar sintomas decorrentes dessas manifestações, como ansiedade, depressão e extrema irritabilidade.
Intervenções gerais no tratamento: passa por uma educação adequada e normal na medida do possível, com verificação e acompanhamento na escola.
Não interromper o hiper foco: um erro comum, acabar por aumentar seu deficit de atenção a outros assuntos que não relacionado ao seu foco de interesse, dificultando aprendizados importantes.
Incentivar interesses particulares: pais e professores em constante comunicação para os melhores caminhos. Respeitar seu próprio ritmo de aprendizado. Responsáveis podem fazer uso de seus interesses particulares para introduzir novas áreas de conhecimento e prática de atividades esportivas.
Quem tem a síndrome de asperger e chega à vida adulta sem diagnóstico ou tratamento adequados pode enfrentar sérios problemas de relacionamento na vida pessoal, escolar e profissional. além disso, trata-se de um risco para o desenvolvimento de outros distúrbios, como transtorno bipolar. Quanto mais precoces e precisos forem o diagnóstico e o tratamento, maiores serão as chances de a criança com Asperger desenvolver-se de forma mais saudável, com um comportamento mais sociável, flexível e independente.
"É importante ter em mente que não devemos rotular ninguém, nem limitar o aprendizado das crianças. Precisamos desenvolver ao máximo o potencial de cada uma, para que ela tenha autonomia e independência e possa atuar na área que desejar."
Revista VEJA - fevereiro de 2013 - site: www.eistein.br
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