APRENDER GEOGRAFIA
Estudar, aprender ou conhecer geografia é algo que você com certeza já fez quando ainda criança, começou à perceber a paisagem que o rodeava.
Observar as nuvens, as estrelas, as montanhas, os rios, o mar, reconhecer a rua que mora, diferenciar algumas árvores das outras, perceber que o trânsito torna-se mais complicado em certas horas, sentir que a população aumentou, relacionar as variações do tempo com as estações do ano, etc. Tudo isso é sem dúvida aprender geografia.
A diferença entre o que você fez até agora e o que fará durante o período escolar é que você começará a estudar a paisagem de uma forma mais organizada, estabelecendo relações entre os fenômenos, buscando as causas que os produziram e, principalmente analisando as suas consequências.
Antes a intensão era apenas reconhecer a paisagem. Agora o objetivo é entender a mesma paisagem através de uma postura científica utilizando as ferramentas que a geografia nos dá: os conceitos corretos, as definições precisas e determinadas formas de análise.
Esse processo de conhecimento na escola vai se prolongar por toda vida escolar e continuará mais além, pois como cidadão, você deverá conhecer a realidade para poder participar ativamente do desenvolvimento de toda a sociedade.
A geografia é uma ciência de síntese?
Sim, pois "ciência é o processo pelo qual o homem se relaciona com a natureza com o objetivo de entende-la e domina-la em seu benefício." E "geografia é a ciência que estuda as relações existentes entre o homem e o meio, ou seja, todas inter-relações que ocorrem entre o ser humano e o quadro natural que o cerca."
E de síntese porque ao estudar a paisagem, a geografia vale-se dos resultados e dos métodos de outras ciências. Isso significa que, para chegar as suas conclusões a geografia utiliza-se dos conhecimentos das ciências exatas como física e química; das ciências humanas como história e a sociologia e também das ciências políticas como a geopolítica.
A geografia é então uma ciência de síntese, pois baseia-se nas informações de várias outras ciências para analisar o homem, agente social do espaço.
É importante lembrar que a geografia tem como meio de expressão os mapas. A cartografia é a linguagem dos geógrafos, mas não se pode esquecer que ela é utilizada cada vez mais, por profissionais de outras áreas.
A geografia e o poder
O conhecimento da geografia sempre foi utilizado para atender a determinados interesses econômicos e políticos, principalmente de grupos dominantes: empresas e governos de países ricos ou grupos que compõem a elite de países pobres.
A geografia pode tanto ser usada como meio de dominação de um país sobre outros como pode servir de libertação de um povo.
Conhecer a geografia do inimigo permite que se tenha ideia da capacidade econômica: quanto recursos naturais, como potência hidráulica, ocorrência de combustíveis fósseis, presença de minérios, solos férteis; e características demográficas: como natalidade, a participação percentual de jovens, adultos e idosos no conjunto da população.
Estudando-se a geografia de um país é possível, em caso de guerra, detectar seus pontos fracos: onde seria mais fácil iniciar uma invasão? De que forma impedir a chegada de alimentos para a população?
Aliás em situação de guerra a geografia adquire grande importância. Como conhecer a melhor arma para o confronto; o melhor lugar para o ataque e o melhor momento para a invasão.
Formas de ensino da geografia
Tradicional X Crítica
Geografia tradicional: parte do esquema "a Terra e o homem". O meio físico (relevo, clima, vegetação, solo, hidrografia...) vem sempre antes do homem e a sociedade.
Foi importante para o estudo das sociedades pré-industriais, mas é inadequada para a compreensão da sociedade industrial e urbana do nosso presente. Em que produzia estudos descritivos, em que o mais importante é a memorização.
Geografia crítica é uma forma de ensino da geografia partindo da sociedade (homem). Enfatiza as modificações que a ação humana promove na natureza a partir dos interesses e das contradições sociais. É uma geografia explicativa e não descritiva voltada para a compreensão da realidade dinâmica e complexa dos nossos dias. Com bastante ênfase aos aspectos: políticos, econômicos, sociais, culturais e também ambientais.
Coletâneas de textos de alguns importantes livros didáticos para aula de apresentação.